Brasileiros que ganha mais de R$15 mil por mês preferem morar em apartamento

O ano é 2024 e mudamos a nossa forma de pensar em moradia. E entre os pontos que influenciaram isso está o modelo de trabalho híbrido, transformando a casa em um escritório; a busca de tempo de qualidade com a família como uma prioridade no pós-pandemia, seguido das discussões sobre saúde física e mental.

Essas preocupações posicionaram os condomínios como um lugar onde o morador pode resolver sua vida, com espaço para coworking, área de lazer e academia. E o resultado disso, segundo levantamento realizado pela Brain Inteligência Estratégica, em 2023, é a priorização de apartamento como moradia, sendo a primeira opção para 55% da população que ganha mais de R$15 mil por mês, seguidos por casas e sobrados. A mesma pesquisa aponta que, quanto maior a renda, maior a possibilidade de o comprador optar por um lar verticalizado.

“Este perfil é uma crescente dentro do mercado imobiliário. Antes entendíamos que a segurança era a questão primordial, contudo outros atributos passaram a se destacar. É um estilo de cliente tem a agenda mais conturbada e quando está em casa gosta de priorizar descanso e ao mesmo tempo entretenimento sem grandes preocupações. Além disso, também preza por acesso mais exclusivo a infraestrutura como, por exemplo, ter uma academia nas instalações de casa, acesso ao salão de festas para comemorações familiares, sem precisar buscar tudo isso pela cidade”, diz Anna Paula Araujo, Diretora de Incorporações da Construtora Equilíbrio.

Para além, a segurança da família, a busca por espaços maiores, tecnológicos, confortáveis e mais sustentáveis, movimentam adaptações no mercado imobiliário e na construção civil no país. Também segundo pesquisa feita pela Brain Inteligência Estratégica, 85% das pessoas prezam por morar em um lar maior; segurança é apontada em segundo plano com 82% e áreas de lazer, em igual importância (82%). “A procura por apartamentos com espaços proporcionais a uma casa de rua ou condomínio tem crescido. Os clientes querem fazer a troca por empreendimentos com infraestrutura, preservando a metragem quadrada equivalente. Por isso apartamentos acima de 120m2  de área útil têm sido tão requisitados”, aponta a executiva.

Raphaela Kimie Hisamatsu Smaniotto (42) está entre a parcela da população que quer migrar para apartamentos. A arquiteta mora atualmente em um sobrado e comprou um imóvel na planta que ficará pronto em 2026. “Eu e minha família conversamos e tomamos a decisão de nos mudar para um empreendimento que trouxesse infraestrutura adequada tanto para mim e meu marido, quanto para o meu filho adolescente. Adquirimos o imóvel e temos tempo de nos planejar para essa troca. O que mais pesou nessa decisão é que trabalhamos fora e queríamos um local que nosso filho pudesse aproveitar tudo por perto, desde o salão para festas de aniversário, quanto uma piscina ou academia. Chegar em casa após o trabalho e precisar sair novamente muitas vezes se torna desgastante”, explica Smaniotto.