Mais de 64% dos pets que vivem em condomínios são cachorros

Nos condomínios de todo o país, não são apenas os moradores que fazem barulho nos elevadores e passeiam pelas áreas comuns. Cada vez mais, os animais de estimação têm marcado presença nos lares brasileiros. Um levantamento da uCondo, startup especializada em plataforma para gestão condominial, revela que, em 2024, a cada 100 apartamentos, 13 têm um bichinho. Seja um cachorro, gato ou um pássaro, os pets já conquistaram seu lugar no coração das famílias e, claro, dos prédios.

Outro levantamento da condotech, realizado no ano passado, mostrou que animais mais exóticos para o ambiente doméstico, como porcos, roedores e répteis, já fazem parte de 3,1% dos condomínios. Porém, cães e gatos ainda são os grandes favoritos, 69,4% dos pets são cachorros, e outros 27,5%, gatos.

No entanto, com tantos animais por perto, é natural que também haja atritos. Em 2023, a uCondo registrou mais de 1 mil reclamações relacionadas aos pets nos condomínios, envolvendo questões como barulho, sujeira e até circulação nas áreas comuns. “Esses desafios ainda não são capazes de diminuir o número de animais nos prédios, embora já tenham acontecido proibições em diversos condomínios. Por isso é tão importante criar regras referentes aos animais domésticos para que todos os moradores estejam ‘na mesma página’ para cumpri-las”, aponta o CEO da uCondo, Marcus Nobre.

Para ajudar a manter tudo sob controle, e os pets devidamente identificados, a uCondo oferece uma ferramenta prática e essencial: o cadastro completo dos animais no aplicativo do condomínio. Nele, os tutores podem registrar informações como nome, raça, porte, idade e até uma foto do bichinho. O CEO ressalta que “esse recurso pode fazer toda a diferença em situações de emergência, como fugas ou acidentes, com as informações disponíveis para moradores e síndico”.

Em muitos prédios, os pets já contam com infraestrutura especial só para eles. É possível encontrar playgrounds, praças e até parques exclusivos para os bichinhos, onde eles podem correr livremente e se divertir “Esses espaços contribuem para a qualidade de vida dos animais, mas também ajudam a fortalecer a convivência entre os moradores, que têm a oportunidade de socializar enquanto seus pets brincam”, comenta Marcus Nobre.

A fauna curiosa dos condomínios

A lista de bichos encontrados na plataforma da startup revela algumas surpresas: coelhos, hamsters, tartarugas, papagaios, calopsitas, porquinhos-da-índia e até galinhas já fazem parte da vida em condomínio.

E para quem pensa que isso é o máximo de excentricidade, sapos também têm aparecido como moradores em alguns prédios!

O levantamento da uCondo também revelou um fato que prova o amor pelos animais de estimação: diversos condomínios têm bichinhos comunitários, cachorros e gatos de rua que acabam sendo adotados coletivamente pelos moradores. “Esses animais recebem o carinho de todos, que se revezam nos cuidados e dividem as despesas”, conta o CEO. “São praticamente os mascotes oficiais dos prédios”, brinca.

Como evitar conflitos com animais nos condomínios

Para garantir a melhor convivência de animais de estimação em condomínios, é importante que os tutores conheçam as regras do ambiente, bem como a Lei do Silêncio para evitar conflitos. É direito dos moradores utilizarem suas partes da edificação sem perturbar a paz alheia. As infrações como barulho excessivo e perturbação de sossego, incluindo as causadas por animais, podem acarretar advertências e multas.

Alguns condomínios permitem pets, outros não. Aqueles que autorizam a convivência entre humanos e bichos de estimação precisam entender e seguir as diretrizes comuns, que podem incluir cadastro de animais, restrições de tamanho e raça, uso de coleira em áreas comuns, áreas específicas para animais, limpeza das fezes, controle de ruídos, evitando danos e respeitando vizinhos. Cumprir leis locais de vacinação e regulamentação é essencial.