Como prevenir acidentes com crianças em condomínios

Todo pai, mãe ou responsável por uma criança permanece alerta quando leva seus pequenos para brincar em playgrounds, praças, parques e afins. Acidentes envolvendo quedas, cortes e impactos, por exemplo, podem parecer algo corriqueiro, mas representam alguns perigos que todos tentamos evitar ao máximo. Mas e quando os perigos estão no próprio ambiente, fogem ao nosso controle e podem até mesmo estar escondidos?

Daniel Lemos, engenheiro mecânico e mentor na área, destaca que esses locais precisam contar com laudos técnicos emitidos por um engenheiro depois de passar por vistorias e testes bastante rigorosos, mas que infelizmente nem sempre isso acontece. Fatores como peças soltas, montagens mal feitas, brinquedos deteriorados, quebrados e enferrujados e até mesmo falta de iluminação no ambiente podem representar sérios riscos para as crianças, mas os perigos não param por aí.

“Existem muitas coisas que não são visíveis e que só um profissional da engenharia é capaz de avaliar de maneira adequada. São muitos os cálculos e as verificações que precisam ser feitos relacionados às capacidades de peso e altura dos ocupantes de um brinquedo, ao seu funcionamento adequado, à quantidade de pessoas que podem utilizar ao mesmo tempo, entre outros tópicos”, diz. “Tudo isso precisa ser levado em conta em uma vistoria técnica minuciosa para a emissão de um laudo que permite que o local entre ou permaneça em funcionamento. E é um engenheiro mecânico que vai avaliar isso, seja em um buffet ou mesmo em parquinhos de condomínio e de praças”.

O documento necessário, chamado Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), atesta a segurança e a conformidade com normas técnicas como a NBR 16071, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece os requisitos necessários para playgrounds e brinquedos instalados em áreas públicas e privadas, garantindo que eles sejam seguros, funcionais e adequados ao uso infantil, reduzindo os riscos de acidentes graves.

Daniel salienta que não são somente os pequenos e médios estabelecimentos que precisam se atentar mais a isso. “Muitos parques brasileiros têm passado por diversos problemas nos últimos anos. Não é raro vermos notícias de acidentes e de paradas em brinquedos como montanhas-russas, inclusive em parques de renome. A falta de organização e de manutenção acaba levando a esses problemas”, explica ele, reforçando a importância do trabalho de inspeção e da aprovação de um engenheiro mecânico responsável.

Os grandes parques, porém, têm condições financeiras para contratar empresas especializadas em engenharia para realizar inspeções e atestar a segurança de seus brinquedos e atrações, além de contarem com regulamentações muito mais rígidas de órgãos governamentais. Mas isso não significa que parques menores não devam seguir as regras também. Buffets e playgrounds de condomínios, por exemplo, podem utilizar os serviços de engenheiros autônomos capacitados que ofereçam serviços de inspeção, manutenção e emissão de ART por valores mais acessíveis.

“É importante que as pessoas saibam disso e busquem fiscalizar se os espaços onde seus filhos estão brincando contam com um engenheiro responsável e se os brinquedos atendem às normas e estão dentro daquilo que as leis exigem. Cada um pode fazer sua parte para garantir a segurança dos pequenos na hora da diversão”, finaliza Daniel.