A segurança no carregamento de carros híbridos e elétricos está sendo ainda mais discutida com a consulta pública do Corpo de Bombeiros de São Paulo para a prevenção de incêndios em eletropostos. De acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), já são mais de 300 mil veículos eletrificados em circulação no país.
Nesse sentido, Thiago Castilha, especialista e diretor da E-Wolf, empresa especializada em equipamentos de recarga de veículos híbridos e elétricos, alerta que é preciso evitar gambiarras no carregamento, que podem danificar a saúde da bateria e até mesmo causar um incêndio. Abaixo seguem suas recomendações:
Segurança e qualidade do carregamento – De acordo com o executivo, a segurança é um uma condição inegociável. Uma das principais formas de ter esse controle de qualidade parte do projeto de instalação, que deve seguir as normas necessárias e ter quadros de proteção adequados ao carregador escolhido. Outro ponto importante é a escolha do equipamento de recarga, que deve ter certificações e ser de boa qualidade, pois tem relação direta com a preservação da vida útil da bateria. Tanto uma instalação feita de forma inadequada quanto um equipamento que não atende as exigências e certificações podem ocasionar diversos danos e até incêndio.
Pontos de recarga em condomínios exigem atenção redobrada – Com crescimento exponencial da venda de carros elétricos, a instalação de eletropostos tem sido amplamente discutida em assembleias de condomínios, principalmente sob o ponto de vista da segurança, execução, monitoramento da recarga e pagamento em locais com vagas rotativas. Nesse caso, uma solução viável é a utilização de um equipamento com sistema que emite cobrança individual. Castilha alerta que a atenção deve ser redobrada no momento da instalação, que deve ser realizada por uma equipe especializada com engenheiro elétrico e com a infraestrutura adequada. Há opções no mercado, inclusive, para condomínios que não comportam os carregadores mais simples (que já vem com o veículo), de modo que a carga seja balanceada e os moradores não enfrentem queda de força e outros problemas relacionados.Perfil de uso no momento da recarga – Segundo o especialista em 80% do uso dos veículos, os condutores vão carregar em casa e em 20% dessa jornada será na rua, seja na estrada ou em estabelecimentos comerciais. Dessa forma, a demanda por infraestrutura residencial já é uma realidade e está crescendo, seguindo o ritmo do mercado de veículos elétricos no Brasil.Redução do impacto ambiental – Apesar do veículo elétrico ou híbrido ainda ter impacto ambiental considerando o ciclo total de vida, o executivo lembra que 85% da matriz energética vem de fontes renováveis no Brasil. “A conta ambiental fecha e a contribuição para a redução de emissão de poluentes é considerável. Além disso, outro ponto a considerar é a saúde mental das pessoas, uma vez que é alta a redução de poluição sonora”, comenta.Desafio estrutural no Brasil – O Brasil possui uma oferta de energia abundante e estão sendo realizados investimentos para a transmissão, mas ainda precisamos avançar em infraestrutura, principalmente quando falamos de alta tensão. Outro ponto relacionado é que, quando o número de veículos elétricos crescer no país, os condomínios precisarão investir em equipamentos que façam a gestão da energia.Incentivos públicos – O mercado brasileiro é eclético e tem um enorme potencial de crescimento. Para se ter uma ideia, foi vendido em 2023 a quantidade de veículos elétricos que estava prevista para ser vendida até 2030. Apesar do aumento das taxas de importação para veículos elétricos pelo Governo Federal, foi criado o Programa Mover como incentivo à produção local. Além disso, a Prefeitura de São Paulo também está investindo em diversas iniciativas nesse sentido. Por exemplo, foi criada uma lei na cidade para que novos edifícios já tenham infraestrutura para carros elétricos.