O mercado de proptechs no Brasil está crescendo rapidamente, impulsionado pela digitalização do segmento. Em 2024, o segmento cresceu 13,5%, totalizando 1.209 startups que empregam diretamente 22 mil pessoas, segundo o Mapa das Construtechs e Proptechs da Terracota Ventures. Essa tendência acompanha um cenário global de expansão: o mercado deve atingir US$ 119,9 bilhões até 2032, com um crescimento anual composto de 16,5%, de acordo com a Allied Market Research.
Essas startups estão modernizando a forma como imóveis são negociados, administrados e consumidos. Soluções como inteligência artificial (IA), big data e plataformas digitais agilizam processos burocráticos, otimizam a gestão de propriedades e tornam o setor mais acessível.
Entre os destaques nacionais está a uCondo, que desde 2015 desenvolve soluções integradas para gestão de condomínios. A empresa já gerou uma economia de R$ 9,6 milhões para mais de 5.500 condomínios e 510 mil moradores. Em 2024, transacionou mais de R$ 700 milhões referente a arrecadação de condomínios.
Além da gestão administrativa e financeira integrada, a uCondo também desenvolveu a assistente virtual Sindy, projetada para atender às necessidades específicas de condôminos e síndicos. A IA utiliza um modelo de linguagem proprietário baseado em dados reais de usuários, respondendo de forma precisa sobre temas como reservas de espaços, entrada de visitantes e gestão de pagamentos. “Nossa inovação está em ouvir e atender às necessidades dos moradores, enquanto buscamos constantemente novas tecnologias para resolver desafios do setor”, afirma Marcus Nobre, CEO da uCondo.
Outra proptech que está transformando o setor é a Morada.ai, com sua inteligência artificial chamada Mia. Essa solução é capaz de oferecer atendimento 24/7 em múltiplos idiomas, incluindo gírias regionais, tornando as interações quase indistinguíveis de um humano. Em 2024, a startup cresceu mais de 400% em relação ao ano anterior e trocou mais de 12 milhões de mensagens com usuários.
“A Mia foi projetada para entender profundamente o mercado imobiliário e adaptar suas respostas com base em dados reais, garantindo maior precisão e eficiência no atendimento. Para 2025, a projeção é crescer mais de 300%. Já estamos atendendo mais de 100.000 pessoas todos os meses. Atualmente, quase 100 incorporadoras já utilizam a nossa Inteligência Artificial, que chamamos de Mia, incluindo empresas como Direcional, Morar, Patrimar, Cury e Novo Lar”, explica Ramon Azevedo, CEO da Morada.ai. Com um aporte recente de R$ 6 milhões, a startup planeja expandir suas operações na América Latina e continuar inovando.
Tendências para 2025
De acordo com o relatório Proptech 2024 da PwC, o investimento global em tecnologias para o setor imobiliário deve ultrapassar US$ 30 bilhões até o final deste ano, refletindo uma crescente confiança na digitalização do mercado. Além disso, um estudo da Frost & Sullivan aponta que, nos próximos cinco anos, 70% das transações imobiliárias no país terão algum tipo de integração tecnológica, o que impulsionará a digitalização completa da gestão e negociação de imóveis. Com esses números e perspectivas promissoras, 2025 não é apenas o ano das proptechs – é o ano que definirá o futuro do mercado imobiliário no Brasil.